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Palco
O aglomerado de fãs, bem menos numeroso que o de ontem, estava a poucos metros. Na direcção contrária à do som, caminhava um casal, com pressa.
- "De longe, não imaginei que só fossem dois", diz ela.
- "Ya , e ela é irmã dele", respondeu o apaixonado.
Estavam a ter o primeiro contacto com The White Stripes.
Ele chama-se Jack . Meg White toca bateria.
C.Lobo
Relvado
Há quem não se incomode com o som "aldrabado" dos quatro espanhóis que compõem o Triangulo de Amor Bizarro. Alexander é um dos "writers" com a missão de trepar a uma estrutura com uns bons 10 metros de altura, montada pela conhecida rede de comunicações móveis, patrocinadora do evento, para grafitar em altura. "Não se trata de querer transgredir ou mostrar que somos 'muito fora'. Só queremos expressar-nos em locais onde toda a gente veja".
Ouviu Triangulo e "tasse bem", embora "não seja o meu tipo de música", afirma. Mas alguém comenta, em passos largos, que os portugueses Dapunksportif seriam uma melhor aposta para o palco principal.
C.Lobo
Relvado
E a ressaca do sucesso do primeiro dia está a custar a passar. Não se passa (quase) nada em todo o recinto. Quem está, parece que não está... com o espírito. As energias estão a ser poupadas para Smashing Pumpkins e White Stripes.
As manas Zoe e Amy Taylor, inglesas, chegaram "há 10 minutos e estão admiradas com a fraca densidade populacional no recinto. "Vieram pelos dois dos nomes mais sonantes do dia e, "para já, vêem com bons olhos a aposta na decoração do espaço. Em Inglaterra, os festivais não têm arte espalhada. Este carro, por exemplo, 'it's very cute!'"
C.Lobo
Palco
O segundo dia do Oeiras Alive começou "devagar". Sob as nuvens e vento que se faz sentir no Passeio Marítimo de Algés, os espanhóis Triangulo Bizarro subiram ao palco. A vê-los quase ninguém. Os poucos residentes do relvado distinguem-se pelo forma efusiva com que assistem aos concertos e pelo idioma que usam. É a vez de "nuestros hermanos" se fazerem ouvir e mostrar um dos mais fortes nomes do movimento indie-rock da actualidade.
C.Lobo
Palco
A amiga de Nandinho não foi buscar cerveja. Nem conseguia esconder a emoção de ver, pela primeira vez, a banda de Eddie ao vivo. Chama-se Patrícia, é veterinária, tem 23 anos, e confessa que tem "Pearl Jam entalado desde o concerto do Restelo. Tinha 14 anos e não os pude ir ver ao vivo. Agora tinha mesmo que vir!", exclama, com os olhos muito azuis e abertos. "Foi muito bom terem tocado músicas antigas, são as minhas favoritas..."
Ao lado, alguém pede, com os olhos nas estrelas, que o som fique (ainda) mais alto. Ao que parece o desejo é colectivo. Todos cantam, aos berros. A Patrícia também, mas não perde a oportunidade para desabafar em tom de reclamação: "Os bilhetes são muito caros. Só por isso não venho amanhã outra vez."
C.Lobo
Palco
Foi quase sempre em português que Eddie Vedder falou com os 30 mil fãs, aos saltos, que tinha à sua frente. Arrasou quando se dirigiu, muito emotivamente, aos surfistas e aos amigos portugueses.
Nandinho era um deles. Veio do Porto, só para ver Pearl Jam "Curto! Tenho 31 anos, bem vividos, e vim para curtir. Vou buscar cerveja!", disse antes de desaparecer...
C.Lobo