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Palco
Queimam-se os últimos cartuchos no "stage" principal e os últimos charros no meio da multidão. A metros do palco tresanda a erva e vai havendo espaço. Todos dançam, são todos muito fãs. Mas não são muitos, os fãs. Lá no meio está São. "Há quem diga que sou de Marte, mas vim de Alverca", graceja. Tem 25 anos e é conhecida por 'Pita Frita': "Curtia era ter vindo ontem ver Smashing Pumpkins, não deu. Vim hoje porque me ofereceram um bilhete, mas vou ter de ir embora daqui a pouco. Amanhã trabalho às 7 da matina", lamenta... Quem me dera poder ficar, ainda vão tocar os Buraka Som Sistema, na tenda.
C.Lobo
Ambiente
Anaísa estuda arquitectura e tem 25 anos. Gosta de dançar e, por isso, veio ao Alive. "Estou cá desde sexta-feira à espera de Beastie Boys. Hoje é o dia da dança!" Elogia a organização: "Todos os concertos começam a horas e o espaço está muito bem pensado. Costumo ir a muitos festivais e é muito raro ser assim". A hora aproximava-se e os Beastie Boys estavam a começar a ser pressionados pelos assobios. Todos esperavam por eles.
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Palco
Maria Belasques Hidalgo tem 27 anos e veio de Badajoz. Ficou em Lisboa três dias para vir ao Alive. Smashing Pumpkins e Beastie Boys são os "culpados". Adora a banda em palco: Da Weasel. "Tenho alguns discos e conheço-os há cinco anos," diz em tom orgulhoso. No palco Pac Man homenageia Marta Ferreira, a eterna agente dos Xutos.
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Ambiente
Quer ir ver de perto Matisyahu, que já começou a tocar. Mas, "por razões pessoais", não quer identificar-se. Acabou de entrar. Olha para o palco e exclama: "Hoje, não está vestido de preto!" No bolso, vazio, traz queixas de excesso de zelo por parte dos agentes da PSP. Revistado à entrada, o haxixe que trazia na algibeira foi-lhe confiscado. "O que vale é que no sapato trago outra pedra bem maior", confessa, rindo bem alto, e acelera para a frente do palco, já bem composta de público.
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Mais público no Alive ao final da tarde. Foto Bruno Portela, JN
Ambiente
Sofia sai aliviada. "Até papel higiénico têm," comenta. São muitas, estão limpas e espalhadas. "Até nisso este festival é bom. Não há aquelas filas intermináveis nem aquele mau cheiro característico", conclui. Sofia está no Alive desde a actuação dos Pearl Jam. Veio pela música, mas elogia a logística do festival. "Os sons dos dois palcos não se misturam".
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Palco
O aglomerado de fãs, bem menos numeroso que o de ontem, estava a poucos metros. Na direcção contrária à do som, caminhava um casal, com pressa.
- "De longe, não imaginei que só fossem dois", diz ela.
- "Ya , e ela é irmã dele", respondeu o apaixonado.
Estavam a ter o primeiro contacto com The White Stripes.
Ele chama-se Jack . Meg White toca bateria.
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Palco
A amiga de Nandinho não foi buscar cerveja. Nem conseguia esconder a emoção de ver, pela primeira vez, a banda de Eddie ao vivo. Chama-se Patrícia, é veterinária, tem 23 anos, e confessa que tem "Pearl Jam entalado desde o concerto do Restelo. Tinha 14 anos e não os pude ir ver ao vivo. Agora tinha mesmo que vir!", exclama, com os olhos muito azuis e abertos. "Foi muito bom terem tocado músicas antigas, são as minhas favoritas..."
Ao lado, alguém pede, com os olhos nas estrelas, que o som fique (ainda) mais alto. Ao que parece o desejo é colectivo. Todos cantam, aos berros. A Patrícia também, mas não perde a oportunidade para desabafar em tom de reclamação: "Os bilhetes são muito caros. Só por isso não venho amanhã outra vez."
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Palco
Foi quase sempre em português que Eddie Vedder falou com os 30 mil fãs, aos saltos, que tinha à sua frente. Arrasou quando se dirigiu, muito emotivamente, aos surfistas e aos amigos portugueses.
Nandinho era um deles. Veio do Porto, só para ver Pearl Jam "Curto! Tenho 31 anos, bem vividos, e vim para curtir. Vou buscar cerveja!", disse antes de desaparecer...
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Palco
Ao centro, Sofia Ruas e Frederico Airó, ambos de 22 anos. Ela às cavalitas dele. Vieram de Viseu. Os dois são fãs dos Linkin Park. "Gosto de todas as músicas, mas 'In the end' é a nossa música". Frederico acena que sim, dançando. Do palco, partiu o elogio à plateia. O fim do concerto estava próximo. "Se não fossem vocês, ainda estávamos a tocar na Califórnia. Obrigado! Obrigado! Obrigado! ... a um dos melhores públicos que tivemos!"
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Linkin Park, um dos melhores momentos da noite. Foto Bruno Portela, JN
Palco
Já no último terço do concerto ouvia-se Crawling '. Milhares em delírio entoaram cada sílaba da letra, em plena sintonia . Uns de braços no ar e olhos fechados. Outros, nem tanto.
Bem perto da fila da frente, com os olhos parados no palco e de bandeira brasileira aos ombros, estavam Priscila , Rodrigo e Gustavo. Ela é paulista e jornalista, eles cariocas: "Estamos a acompanhar a tourné de Linkin Park , a seguir vamos para Berlim!"
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